domingo, 19 de julho de 2015

domingo, 12 de julho de 2015

trinta dias sem ela.

Restam
vinte e cinco espaçados dias.
veinte y cinco longincuos días.
twenty five far far far days

25 mortes diárias
25 mortes noturnas
25 gárgulas a me arranhar o parapeito da janela, donde espero brilhar a chegada dela
e mais ninguém

A criança chora,
mia a gata lânguida,
urram os vizinhos medonhos
redemoinha o vento,
vai longe o carteiro,
se aproxima o pai

Não existe terra à vista, nem mar no horizonte
o céu é cinza porque os olhos não diferem o amor
nem o cheiro já ocre de seu perfume
a me inebriar as narinas,
nem suas mãos sentidas na calada da noite,
em turvas lembranças

Dizer seu nome é dor
nesse deserto que se espreita,
sofro como um vegetariano em uma província toda ela carnívora,
um escritor sem as compostas palavras

Durezas e verdades são ditas:
na constante do tempo que se repete,
essa perda inexorável é sempre vívida
e a dor, como só ela do amor tem,
é expurgante do próprio amor
que um dia, quem me dera, vem.