domingo, 13 de setembro de 2009

Escrito em julho

Não é um crime querer não pensar em você hoje. Não é um delito não me deixar submergir neste amor só por um instante. Seria totalmente perdoável se estas frases viessem até de você hoje. Ah, eu entenderia. Pois o corpo está cansado de toda essa doce tortura e reclama da ausência daquela luz serena que sai da sua tv. As cobranças logo nos deixarão loucas, partindo-nos em pedaços cada vez menores. O tempo pode nos martirizar, nos transformar em zeros, mas você vê o que está fazendo, você sabe do que se trata. Sabe que sempre estivemos lá onde tudo e nada acontecem num infinito que existe e persiste, intacto e mítico para aqueles que a ele jamais presenciaram. Sabe o que se passa naquele espaço vazio que nos ocupa em diversos momentos, aquele o qual eu e você olhamos para o nada, sozinhas. Você sabe.
Por isso é com você que vou submergir sempre tentando resistir.
Você deve saber que é meu muro das maravilhas e que eu não irei a lugar algum sem você. Talvez até chegue a ir, parcial, nunca completa, compelida pela força incontrolável de tudo que nos cerca, que nos empurra pra frente, sem fazer sentido aparente. Deve até imaginar, mesmo que faça de conta que não sabe de coisa alguma, que agora estou mais em você do que em mim e que existo em teus impulsos diários como uma pequena extensão do que você é.
Sabe o que está acontecendo, que nos comunicamos em silêncio e que isto é quase perfeito (seria perfeito se não soubéssemos).
Ah, você deve saber de todas estas coisas, sim. Não há outra explicação para tudo o que sucede ou há, mas nesse caso não quero que haja. E quero mesmo acreditar que quando você me diz que vai ser pra sempre tudo se torna sólido e eterno, porque tenho a certeza intacta de que sempre foi assim...