segunda-feira, 13 de março de 2017

É,

nossos textos medíocres se dão porque desistimos do amor primeiro. Pode haver explicações mirabolantes e de cunho científico (das ciências prematuras que divagam acerca da mente), é claro. Entretanto acuso o primeiro erro.
Estou lendo Osho - aquele que tem a trágica fama de machista - e você não faz ideia de quão me sinto imbecil sem poder ter um diálogo decente com você. Para piorar, também não me dizes nada. Nem o teu silêncio sacode as palavras em minha boca, os gestos há muito esquecidos. Não foi por maldade, foi o passar do tempo.

Gostaria que tivéssemos um fim diferente, mas entendo que paradoxalmente não tivemos um.
Contudo, se tudo é começo, não sei porque tantos abismos entre os teus olhos e os meus. Às vezes nossa história se contradiz em muitos aspectos, ao passo que em outros, não há explicações convincentes nas entrelinhas e eu não sei por quê tu insistes em prolongar-se na orla do rio. Escrevo isto porque logo é abril. Talvez tu nem te lembres mais, ao passo que eu, meio esquecida e louca e doente da carne humana, pulso o amor eterno.