quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

Sobre a Era de Aquário

Imagem: Master

Lá vem no horizonte a queda dos senhores feudais. E vejo dois mundos, ou muitos mundos, às vezes não sei em qual dimensão sinto que vejo, mas vejo dois mundos genericamente falando, o velho e o novo, em pé de guerra. Não sei se por Urano ou Saturno ou se pela conjunção de ambos tal como quimera, urra-se nas bocas alheias o discurso do cancelamento, de ambos os lados, de modo que não há equilíbrio e as partes se aniquilam mutuamente. Não parece haver tampouco alguma luz depois dessa caverna de Platão. As chamas dentro da caverna se dissiparam há muito e os primatas que nela se abrigavam em um certo companheirismo pela sobrevivência agora guerreiam entre si com propósito nenhum ou algum muito parco à estatura de seu caráter mesquinho. 

No início acompanhei aqueles que julgava bons, depois, estarrecida com algumas dessas práticas isolei-me invariavelmente. Afinal, quem são os bons? O que se há para aprender da situação global? O que se há para aprender da situação do Brasil? 

Por enquanto julguei melhor permanecer em casulo. Conheci as dores de um lado, conheci os devaneios de outro e me é tão incerto que a consciência de todos se clareie na Era de Aquário. Muito propositalmente deve ser por isso que essa fronteira de conhecimento não seja alcançada por todos, que portanto os livros mais antigos, os livros bíblicos falem da separação do joio e do trigo. E sem nenhum apreço pelo discurso cristão mas com total respeito pelo premeditado livro apocalíptico, percebo que certas suposições agora se caracterizam, que certos acontecimentos se materializam e que talvez seja este um começo de um fim.


Cansada já estava de ouvir tanto e tantas vezes essas previsões, de modo que saí para tomar um ar e tudo o que ouvi foram as minhas dúvidas cantarolando solenemente:

- Como distinguir entre o joio e o trigo agora que eles proferem o mesmo discurso em toda parte?