segunda-feira, 17 de setembro de 2012

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

.

já o corpo pesa do contato, lacerado assim, perambulando assim, caindo vagaroso, rendendo-se ao tempo e ao frio noturno. E o cansaço a que este corpo se inclina. O cansaço da existência, de tudo que conduz para portas que são fechadas soturnamente.
Mas este corpo arde feito fogo insano, e o fogo corrói os resquícios que eram mantidos com muito afinco, com todas as boas palavras da lembrança que agora escapa.
Já vai indo a garota que chorou um rio e quase se perdeu nele. Com muito custo diz Nunca mais, até nunca mais.
Regida por sua sinceridade magoada, espera não ouvir falar dela, nem vê-la, não mais toca-la nem querê-la, nem ter dela esse destino torto e despedaçado, a visão turva ou um poema inacabado, uma vontade que não é dita.
Quer apenas soltar-se dessa dor, essa ardência no peito. Quer largar ali sobre a ponte ou jogar-se dali para a imensidão das águas escuras.
Quisá o contato dessa água leve embora a dor, ou traga alguma leveza para esta que aí estacionou na vida.

- Distância é pra ser ouvida, entendeu? tem que entrar mais firme que essa pontada no peito, tem que rasgar mais fundo que as tuas palavras malditas.