Há vezes em que
uso o silêncio para pronunciar teu nome, há vezes em que escrever é mesmo oculta-lo entre palavras livres, mas eu nem me lembro mais de como é isso. Fujo ao certo porque o errado me absorve e nessa estória de amar sem sofrimento chove. Chove muito. Uma chuva que transborda a alma, os olhos.
Lá fora também. Chove como em todos os meses de julho, as pessoas, lembro-me como se as tivesse na frente dos olhos agora, se amontoam nos supermercados, nas panificadoras, nos estacionamentos, se assemelham enquanto disputam um lugar seguro da chuva, irremediavelmente próximas durante minutos.
Então digo-lhe que tenho algo para ser entregue, algo que é mais teu do que eu. Mas você não pode me responder porque não foi solicitada, você já não existe, não é? É fruto do meu esforço diário por te resgatar intocável no pensamento.
Se eu contasse as vezes as quais juro que estou falando contigo quando já não estás, perderia a conta nesse mundo das significações. Entretanto não se quer ouvir, esse tipo de comentário, se ignora, a contagem dos dias que nos faltam para então o nada é idéia a qual abandona-se, deixa-se estar.
Tudo é facilmente corrompido em meu corpo, salvo você. O resto, sim, é esquecido, a cidade, as pessoas, as ruas que dão em ruas e o vazio esparso entre elas, salvo você.
Entretanto chove e isso me é como uma verdade eterna maior do que sua ausência nos meus dias. Não queria declarar que estas palavras me saem despercebidas, disparadas por vontades contrárias mas penso que é como os relâmpagos que chegam urgentes e são vistos no reflexo da minha janela, como se fossem respostas remanescentes para tanto descaso.
Sei que é nesse ricochetear provisório que tu adentras o quarto.
Lá fora também. Chove como em todos os meses de julho, as pessoas, lembro-me como se as tivesse na frente dos olhos agora, se amontoam nos supermercados, nas panificadoras, nos estacionamentos, se assemelham enquanto disputam um lugar seguro da chuva, irremediavelmente próximas durante minutos.
Então digo-lhe que tenho algo para ser entregue, algo que é mais teu do que eu. Mas você não pode me responder porque não foi solicitada, você já não existe, não é? É fruto do meu esforço diário por te resgatar intocável no pensamento.
Se eu contasse as vezes as quais juro que estou falando contigo quando já não estás, perderia a conta nesse mundo das significações. Entretanto não se quer ouvir, esse tipo de comentário, se ignora, a contagem dos dias que nos faltam para então o nada é idéia a qual abandona-se, deixa-se estar.
Tudo é facilmente corrompido em meu corpo, salvo você. O resto, sim, é esquecido, a cidade, as pessoas, as ruas que dão em ruas e o vazio esparso entre elas, salvo você.
Entretanto chove e isso me é como uma verdade eterna maior do que sua ausência nos meus dias. Não queria declarar que estas palavras me saem despercebidas, disparadas por vontades contrárias mas penso que é como os relâmpagos que chegam urgentes e são vistos no reflexo da minha janela, como se fossem respostas remanescentes para tanto descaso.
Sei que é nesse ricochetear provisório que tu adentras o quarto.