Para Você.
Há
leitura que se lê branda e fluente, como há escrita que se derrama sobre
o papel ou sobre a pele ou sobre a boca, naquele lençol, feito um mar de
confissões.
Mas
em março, durante a passagem dos alunos vistos pela janela, nada se escreve,
nada se preenche, nem o quarto tampouco o papel, com as palavras que eu poderia
dizer.
[...]
Ele
repara no detalhe, o seu amor. Ouve atentamente enquanto respira.
Os lábios carnudos apertados - de não querer outra rendição que não o amor a eles - e os cabelos em cachos. Mas até quando? Não sabe ou finge não saber o quanto isso não mais lhe interessa. Talvez interesse, mas esse quebra-cabeças ficou complexo soturnamente e as mãos se apertam, ora tristes, ora trêmulas. Mãos que se entregam, que se amam, que são esquecidas. Não nos é permitido saber o porquê.
Os lábios carnudos apertados - de não querer outra rendição que não o amor a eles - e os cabelos em cachos. Mas até quando? Não sabe ou finge não saber o quanto isso não mais lhe interessa. Talvez interesse, mas esse quebra-cabeças ficou complexo soturnamente e as mãos se apertam, ora tristes, ora trêmulas. Mãos que se entregam, que se amam, que são esquecidas. Não nos é permitido saber o porquê.
Ela
permanece: escreve porque se não escrevesse não mais viveria.
Nos
dias em que as rosas murcham, toma para si um bule de café e senta na varanda.
Bebe alucinadamente e soluça. É verdade o que dizem por aí. O verão se afastou
com a mesma velocidade com que marcou o seu início.
Ainda
assim, nos dias fracamente iluminados, fica o perfume dela atrelado à roupa que usou na noite anterior, como uma rebeldia
que sobressai à balança.
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