L'age de raison
sweetsirius
11:38
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Vou guardar estas palavras para quando você precisar delas.
Estão escritas aqui para quando você se sentir só. Este lugar é seu.
O tempo passa e as marcas aparecem no rosto, mas, parafraseando Duras, sempre
achei que aos 18 já era tarde demais – então nada a temer com mais estes dez sobrando.
O fato é que sempre considerei que a minha vida teve um percurso alterado, que ela foi atrasada sob muitos aspectos, roubada de si. Não sei como isso aconteceu ou porquê. Não é por mera desculpa que estou sempre pensando que de alguma forma atrasei a minha vida. Em cada novo
percurso que lanço meus pés, só me dou mais
por conta disso e caminho com certa pressa, recebendo inevitavelmente o abraço do tempo que me amadurece taxativamente em cada etapa.
Eu conheci a Jean Paul Sartre ainda em meus dezoito. Seu existencialismo me matou porque me tornou mais humana em nossa medíocre e poética-paradoxal existência. Até ali eu não tinha consciência dessa angustia existencial porque havia encoberto com a rotina que me empurraram. A Idade da Razão finalmente me alcançara.
Eu conheci a Jean Paul Sartre ainda em meus dezoito. Seu existencialismo me matou porque me tornou mais humana em nossa medíocre e poética-paradoxal existência. Até ali eu não tinha consciência dessa angustia existencial porque havia encoberto com a rotina que me empurraram. A Idade da Razão finalmente me alcançara.
Mas eu tenho uma luz em minha vida, chegada não vi de onde. Só sei
que sempre estive nesta espera e ela só findou com aquele olhar peculiar de Capitu. Não
sei até onde perdurará este brilho de aconchegante familiar, mas aqueço as
ansiosas mãos ao passo que também a protejo da brisa lá de fora. Estou na primavera de
minha vida ou estou entretida na caverna de Platão, protegendo a tocha de fogo rústica
que mantém acesa a minha vida. Sei que tem uma profunda e desconhecida ligação com quem eu sou, com o que vim fazer aqui.
E não há nada mais pitoresco e humildemente redentor que meu
coração em chamas submerso em uma gratidão que nem consigo expor ou desenhar
nas paredes desta caverna.
Gostaria que você notasse o meu sorriso bobo por brincar com
este fogo. Saberia que pela segunda vez na vida estou hipnotizada e que pela primeira vez sinto que é um começo de algo maior do que posso prever, que por ora me escapa aos olhos vidrados da imaginação.