quinta-feira, 10 de junho de 2010

de manhãzinha.


A paciência encobriu os olhos de uma sonolência atípica quando o sol se manteve por detrás das nuvens esta manhã. Esperava-se as horas do entardecer quando ainda cedo os pássaros sobrevoaram tímidos as nebulosas lá em cima. As pessoas, era visível em seus olhos, mantinham aquela palavra inaudível presa à língua, preparada para sair de súbito quando o instante lhes ocorresse.
Contudo, os turistas abaixaram o tom da voz, somente o vento foi ouvido no cais. O sol caloroso na memória, mas ainda do porvir não brilhou, esqueceu-se de nós, e depois foi esquecido.
 Segui um grupo de gaivotas à beira do mar, o impulso vital da existência enquanto as ondas tomavam forma que não essa espessa à frente dos olhos crus.

Então o mar. De uma grandeza insondável, assustador. Amplo à linha do horizonte, fiel a esse desenho sublime, comprometido com o infinito acinzentado dessa existência inerte. Não sei que mistérios encerra, não sei aonde se dá por fim vencido, quando já o esqueceram, não sei aonde se entrega, que praias banha em ilhas distantes, não sei. Some, à frente das mãos abertas, some, engrandece à medida em que desaparece do alcance dos olhos, da visão efêmera da consciência, da lógica inefável do conhecimento.
É preciso que eu diga, de uma vez por todas, para enfim aceitar a realidade em que me encontro, que vejo vocês em tudo isso.


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