terça-feira, 9 de novembro de 2010

sobre as despedidas

Aconchego-me repentinamente em teus braços para que saibas que procuro por tua proteção. Estive cansada demais de todas as complexidades do mundo e agora busco um gesto simples que faça com que tudo o quanto acredito não sucumba à hostilidade alheia. Entrego-me na hora da partida, te digo que não precisa ser assim, com dor que grita aqui dentro, te sinto afastando-se, sumindo à vista e não posso conter os olhos que, cheios d’água, já não sabem se despencam com o resto do corpo definitivamente. Tenho as mãos inquietas num ímpeto de te segurar mais um pouquinho, mas elas se voltam contra mim e dizem num gesto de segundos que você vai ficar bem, que nem o meu mundo nem o seu despencará por causa disto.


Eu que andei em caminhos que antes não andava, que estive bem ali, na corda bamba, e que ainda debato-me em confusão para voltar àquela rua que sei ser segura, eu te dou o melhor de mim e te digo que olhes tudo isto de cima, porque eu mesma já não posso, eu mesma já tenho a pele febril que antecipa a falta do teu toque.

Digo isso olhando-te nos olhos porque são esses que querem te falar, ao passo que sei que depois de tudo isso ainda terei de fazer as malas, olhar pra frente e ir embora deixando todo o resto para trás, como você hoje, à sua maneira, faz.

2 comentários:

Anônimo disse...

:-(

Ronald Augusto disse...

abraço,michelle!

e um baita 2011.