"eu, eu mesma. e a cabeça cheia de cabelos"
(...) espera.
Entra nesse elevador fantasiando uma nova saída:
todos os dias sorri, apesar dessa loucura transparecer um
pouco mais, dia após dia.
Esse sorriso que leva no rosto é para todos, além de onde se permite ir
com essa subida inevitável, para todos os não presentes, digo.
Os demais, uns poucos, ali amuados no canto de trás, deles, sim, o cheiro ocre do trabalho diário, ah sim, o cheiro preenchendo aquele elevador e o sorriso dela. Louca, como só ela, de imaginar-se atravessando subitamente para um mundo desconhecido todas as manhãs; presa, segura, acorrentada à sorte de não estar ali emparedada com os outros, dissonante, esmiuçadamente posta de lado por sua própria clareza em não fazer parte. O contraponto.
Os demais, uns poucos, ali amuados no canto de trás, deles, sim, o cheiro ocre do trabalho diário, ah sim, o cheiro preenchendo aquele elevador e o sorriso dela. Louca, como só ela, de imaginar-se atravessando subitamente para um mundo desconhecido todas as manhãs; presa, segura, acorrentada à sorte de não estar ali emparedada com os outros, dissonante, esmiuçadamente posta de lado por sua própria clareza em não fazer parte. O contraponto.
Ao passo que o sorriso deles, embora lá muito são e
controlado, feito de coisas corriqueiras, murcha da penumbra dos fatos e ressalta deliberadamente
o dela, que me olha, no reflexo onde todos se vêem e a ignoram completamente.