quarta-feira, 21 de abril de 2010

"quebre a cabeça..."




A menina do anel procurou quem encontrar em bares da cidade, buscou mais motivos para fumar mais uma carteira de marlboro vermelho, ajeitou o cabelo e vestiu-se de roupa nova. Pegou seu skate e sorriu diante dos tombos inúmeros que vida dá sobre quatro rodinhas singelas.
Depois se reuniu com pessoas estranhas, dançou com gente esquisita, falou de física quântica nas escadas da cidade como quem fala de um poema predileto enquanto tocavam suas canções favoritas no violão.
Sentou-se à beira do lago, olhou para o céu noturno no parque e quis deitar-se sobre a grama para lembrar-se de como é ter a leveza no corpo num dia de feriado.
À essa altura de tanto ser, a única coisa que desencaixou do quebra-cabeças da vida foi lhe ser conhecido que alguém está para ir embora, alguém que para ela valeu cada segundo desses meses mais recentes, até mesmo quando era para não valer nada. Esse foi o único motivo que encontrou para não dormir sorrindo e para morrer de medo naquela noite.

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