quinta-feira, 29 de abril de 2010

Falsos Cognatos.



Você está começando a pensar que mente bem, por isso engana a si mesma repetidamente.
Você contracena dentro da própria peça e fala consigo como se decorasse um discurso lógico, sem absolutamente nenhuma necessidade. Você crê que está sorrindo me pedindo pra ficar, me serve de boas maneiras, diz que tudo é sempre começo.
Você então começa a crer que também somos iguais, que é tudo tão óbvio, que não se conta tempo para deixar para trás qualquer motivo de desentendimento repentino.
E você disfarça, diz que vai casar, inventa amores por causa das estórias impossíveis que lhe atraem tão bem.
Depois você também começa a pensar que pode me devolver isso de alguma forma, mas não conta com o que vai ficando pelo caminho por causa do que parece mas não é.
Diz pra eu não inventar uma estória trágica que não nos cabe e me assegura de que nem tudo que é escrito é verdade absoluta, então repete tudo isso para você-sabe-quem.
Quando você fala ao telefone, ouço duas, três versões da mesma obviedade de sempre. Enxergo que não sei quem és, que acima de tudo não quero estar perdida entre ilusões minhas a seu respeito, conforme você também me assegura.
Sei que entre nós, não sou eu que minto que te amo, não sou eu quem fala da boca pra fora, que por mais que eu me esforce, não sou eu quem vai embora no fim da noite.

3 comentários:

Anônimo disse...

Não quero que te sintas ofendida, mas em algum momento isto soa Fernanda Young....

Anônimo disse...

hahahaha.

ofendida por que?
está bom assim.
veio de dentro pra fora essa suposta Fernanda em mim.

até onde sei, é o que conta.

Unknown disse...

intensooo , fico imaginando as memórias (criadas ou não) que te vieram pra que tenha escrito este texto :)
beijo